O objetivo de nosso trabalho é analisar a produção historiográfica acerca da história da educação feminina no Brasil referente ao perÃodo colonial. Tomamos como fontes de pesquisa os resumos e trabalhos completos publicados nas edições I a VI do Congresso Brasileiro de História da Educação (realizadas em 2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2011) e do I ao VI Congresso de Pesquisa e Ensino em História da Educação em Minas Gerais (2001, 2003, 2005, 2007, 2009 e 2011). Ademais, os artigos de 27 números da Revista Brasileira de História da Educação, publicados entre 2001 e 2011. A discussão que se apresenta diante dos trabalhos examinados nos sugere duas questões norteadoras: a primeira relativa à s fontes disponÃveis para a pesquisa histórica, em que se ressalta a escassez de documentos que dizem respeito diretamente à s mulheres no perÃodo colonial. Em segundo lugar, examinamos as condições sociais e educacionais vividas pelas mulheres. Destacamos que a institucionalização da educação feminina teve objetivos e ritmos bastante diferenciados da educação oferecida ao sexo masculino. A educação para as mulheres não era algo reconhecido como necessário, como bem evidencia o caso exemplar da legalização do ensino feminino elaborada no reinado de D. Maria I (1777-1792) e que não fora efetivada. A educação das mulheres era realizada prioritariamente no ambiente doméstico, restringindo-se ao aprendizado das habilidades básicas de leitura e escrita, Doutrina Cristã, prendas domésticas (trabalhos de agulha) e, em alguns casos, música. Tais iniciativas de cunho privado quase não nos legaram registros. Assim, a partir das restrições educacionais das mulheres e limitação de fontes sobre suas experiências educativas no perÃodo colonial, consideramos que o sexo feminino viveu em uma zona de silenciamento.