Não é grande novidade, ou ao menos não deveria ser, que a metodologia científica é frequentemente utilizada de forma corriqueira, sem que os supostos cientistas de deem conta do que fazem. Certa vez, ouviu-se de um – não suposto – cientista em uma explicação sobre o método científico, uma aplicação deste em um simples embate: uma lanterna sem pilhas. O doutor elucidava sua explicação comparando as fases da metodologia científica com a resolução deste problema caseiro. O observador nota algo: a lanterna não acende. Eis a observação de uma problemática, ele levanta uma questão: por que não acende? Cria uma hipótese: pode ser que esteja sem pilhas. Aplica o experimento colocando pilhas, e obtém o resultado ligando a lanterna. Havia uma hipótese nula em que a lanterna não haveria de acender, e uma alternativa em que a aplicação de pilhas alteraria a posição atual do objeto, o acendendo. Desta forma, o resultado obtido com a pequena lâmpada sendo acesa foi a hipótese alternativa, tendo assim um experimento capaz de ser repetido. E de tal modo à diante temos ocasiões semelhantes com fogões sem gás, relógios atrasados, facas que não cortam, e por aí vai. De forma semelhante, Ronald Fisher, pai da estatística moderna, inicia seus estudos observando uma senhora inglesa que afirma sentir diferença no sabor ao colocar chá antes do leite, e vice-versa, em sua xícara, sem saber a razão, e nos brilha com a grandeza de suas descobertas.