Este artigo sugere que a noção de cinematografia, concebida por Sergei Eisenstein como “montagem”, a combinação de cenas que são representativas, de significado único e neutras em conteúdo, em contextos e séries intelectuais, através das quais se consegue produzir um “cinema intelectual”, talvez seja base para pensar não apenas o cinema em seus próprios termos, mas também as línguas de sinais, cujo princípio semiótico, eis a hipótese de trabalho, é o mesmo do cinema eisensteiniano. Inicialmente, examina-se a noção de ideograma, signos figurativos não fonéticos criados para representar existentes ou ideias. Na sequência, fala-se do ideograma como base do cinema de Eisenstein e de como este mesmo alicerce parece importante para se refletir sobre a Língua Brasileira de Sinais, inclusive sobre o seu registro.
In this article we suggest that the notion of cinematography, coined by Sergei Eisenstein as “montage”, the combination of scenes that are representative, of unique meaning and content neutral, in intellectual contexts and series, is perhaps the basis for thinking not only of cinema on its own terms, but also of sign languages, whose semiotic principle is the same as that of Eisensteinian cinema. This is our working hypothesis. Initially, we examine the notion of ideogram, nonphonetic figurative signs created to represent existents or ideas. In the next section, we discuss the ideogram as the basis of Eisenstein's cinema, and we point out how this foundation seems important to reflect on the Brazilian Sign Language, including the way it is recorded.