Pretendemos aqui mostrar como o trajeto de As Duas Fontes da Moral e da Religião rearticula as duas tendências que caracterizam a duração – criação e conservação – e extrai como consequência a tese de que a religiosidade é uma prerrogativa vital. Com esse objetivo, retomamos um momento preciso do livro, a análise da religião estática, para demonstrar o seu papel para a coesão social e destacar, na função fabuladora que a sustenta, a presença da atividade virtual do instinto. Procuramos enfatizar que é precisamente o recurso a um expediente próprio à animalidade que oferece subsídios à tese da imanência da religião à vida. Finalmente, indicamos algumas direções que as análises apontam para a moral absoluta.
We intend here to expose how The two sources of morality and religion rearticulates the two essential aspects of duration – creation and conservation – and draws as a consequence the thesis that religiosity is a vital condition. To do so, we return to a precise moment of the book, the analysis of the static religion, to demonstrate its role for social cohesion and to highlight, in the fabulative function that supports it, the presence of the virtual activity of instinct. We try to emphasize that it is precisely the use of an expedient proper to animality that sustains the thesis of the immanence of religion to life. Finally, we indicate some directions that such analysis points to absolute moral.