“O Infinito” leopardiano: um país de afeição, a cada leitura um pouco mais indefinido e mais secreto. A cada retorno, uma ressonância nova vem ao teu encontro, movendo-se por versos, por silêncios que circundam as palavras nos versos. Nas margens do idílio nenhuma interpretação é concluída. Cada pensamento sugerido pela ficção suprema é apenas uma passagem para uma comprensão que sempre se distancia. Além disso, já que “O Infinito” é uma meditação sobre a poesia – da poesia mostra a aventura mais arriscada e a incapacidade de expressar, a odisseia e o naufrágio - as perguntas que surgem do texto colocam sempre em questão o modo de escutar a poesia, o modo de posicionar-se com a mente e com os sentidos diante do som e ao sentido do verso.