Esse artigo propõe uma reflexão sobre as linhas de pesquisa abertas por Sergio Arouca, Cecilia Donnangelo e Ricardo Bruno Mendes-Gonçalves na busca de bases epistemológicas adequadas ao desenvolvimento do campo da Saúde Coletiva brasileira, enfatizando sua relação com os aportes teóricos e metodológicos procurados na obra do filósofo e historiador do pensamento médico Georges Canguilhem. Com isso, pretendemos mostrar como esses autores se inserem numa tradição de pensamento que atribuía um papel fundamental à História na formação médica, mais especificamente, que via na História um elemento fundamental para a determinação dos meios teóricos e práticos da medicina em sua busca pela resolução das carências em saúde da população.