Neste artigo, partimos da hipótese de que há uma perspectiva dominante de investigação nos estudos sobre a dimensão simbólico-mÃtica do jornalismo, assentada no entendimento das imagens mÃticas como agentes de manutenção do statu quo. Tal perspectiva teórica hegemônica – nomeada aqui como consensualista, nos termos de Jock Young – trata o jornalismo como uma força conservadora e inercial, associando as simbologias-mÃticas presentes no noticiário a um dispositivo de criação de consensos, de fechamento de sentidos e de afirmação das visões de mundo vigentes, sem considerar o potencial da simbologia mÃtica para atuar em processos de transformações sócio-histórico-culturais. Este estudo pretende rastrear variações dessa perspectiva tanto nas abordagens de enfoque cultural-antropológico como nas de ênfase crÃtico-ideológica, demonstrando sua predominância e, indiretamente, fazendo uma crÃtica epistemológica e apontando a necessidade de uma nova perspectiva.
Regarding the dominant perspective in the studies of news’ symbolic-mythical dimension. Our hypothesis is that there is a dominant investigation perspective in studies regarding journalism’s symbolic-mythical dimension, rested upon the undertstanding of mythical images as agents for status quo maintenance. Such theoretical hegemonic perspective – referred here as consensualist, as proposed by Jock Young – considers journalism as a conservative and inertial force. Therefore, this view associates the mythical-symbologies present in news to a consensus creation device, meanings circumscription and current worldviews reinforcement, without considering the mythical-symbology potential to act in social-historical-cultural transformation processes. This study intends to track variations of this perspective in both cultural-anthropological and critical-ideological approaches – demonstrating its predominance – and, indirectly, performing an epistemological critic as well as indicating the necessity of a new theoretical standpoint.