O artigo busca sistematizar alguns dos elos existentes entre as pesquisas em etnologia nas Terras Baixas da América do Sul e a filosofia de Deleuze & Guattari, apontando os principais conceitos e as formas com que foram utilizados de modo a justificar tais conexões. Principalmente tenta-se responder às seguintes questões: porque e como a filosofia da diferença têm sido boa para que certos etnólogos das terras baixas sul-americanas pensem as visões de mundo dos povos junto aos quais pesquisam? Como mapear o uso desta ferramenta que é a filosofia da diferença? O que a etnologia propôs em termos de produção (e tradução) de conceitos a partir do pensamento de Deleuze & Guattari? Durante este percurso, chega-se, ainda, a uma divisão do encontro entre etnologia indígena e filosofia da diferença em três momentos principais. A primeira na obra de Eduardo Viveiros de Castro, a segunda com o trabalho de Tania Stolze Lima, a terceira, mais recente, na qual os pesquisadores voltam a buscar recursos conceituais diretamente na filosofia da diferença a partir do perspectivismo.
The article seeks to systematize some of the links between ethnological research in the South American Lowlands and the philosophy of Deleuze & Guattari, pointing out the main concepts and the ways in which they have been used to justify these connections. Above all, it tries to answer the following questions: why and how has the philosophy of difference been good for certain ethnologists in the South American lowlands to think about the worldviews of the peoples they research? How can we map the use of this tool, the philosophy of difference? What has ethnology proposed in terms of the production (and translation) of concepts based on the thinking of Deleuze & Guattari? In the course of this journey, we also arrive at a division of the encounter between indigenous ethnology and the philosophy of difference into three main moments. The first in the work of Eduardo Viveiros de Castro, the second with the work of Tania Stolze Lima, and the third, more recent, in which researchers are once again looking for conceptual resources directly in the philosophy of difference based on perspectivism.
El artículo busca sistematizar algunos de los vínculos entre la investigación etnológica en las tierras bajas sudamericanas y la filosofía de Deleuze & Guattari, señalando los principales conceptos y las formas en que han sido utilizados para justificar estas conexiones. Sobre todo, intenta responder a las siguientes preguntas: ¿por qué y cómo la filosofía de la diferencia ha servido a ciertos etnólogos de las tierras bajas sudamericanas para pensar las cosmovisiones de los pueblos que investigan? ¿Cómo podemos mapear el uso de esta herramienta, la filosofía de la diferencia? ¿Qué ha propuesto la etnología en términos de producción (y traducción) de conceptos a partir del pensamiento de Deleuze & Guattari? Durante este recorrido, el encuentro entre la etnología indígena y la filosofía de la diferencia se dividió en tres momentos principales. El primero en el trabajo de Eduardo Viveiros de Castro, el segundo con el trabajo de Tania Stolze Lima, y el tercero, más reciente, en el que los investigadores vuelven a buscar recursos conceptuales directamente en la filosofía de la diferencia a partir del perspectivismo.