Contextualização: As condições de trabalho podem gerar demandas excessivas e comprometer a saúde dos trabalhadores. A
identificação precoce de condições crÃticas de trabalho permite determinar prioridades para intervenções preventivas e aumentar as
chances de maior eficácia dessas medidas. Objetivos: Avaliar a necessidade de descanso para trabalhadores industriais submetidos
a diferentes condições de trabalho utilizando a Escala de Necessidade de Descanso (ENEDE) e verificar a associação de seus
resultados com fatores pessoais, ocupacionais e de hábitos cotidianos desses trabalhadores. Métodos: Participaram do estudo 191
trabalhadores (média de idade de 34,5±8,3 anos) de uma indústria de transformação de madeira. Os trabalhadores responderam
a um questionário sobre dados demográficos, ocupacionais e de aspectos de vida cotidiana e à ENEDE. Realizou-se avaliação
ergonômica dos setores de trabalho com base no protocolo Ergonomic Workplace Analysis. O teste qui-quadrado de Pearson a 5%
de significância foi utilizado para verificar associação entre a pontuação obtida pela ENEDE e os fatores avaliados. Resultados: Os
resultados mostraram que houve associação apenas entre o setor de trabalho e as pontuações da ENEDE. Segundo a avaliação
ergonômica, o setor que apresentou maior necessidade de descanso também apresentou piores condições de trabalho quanto a
aspectos ambientais e organizacionais. Conclusões: A escala para avaliação da necessidade de descanso mostrou-se um instrumento
útil para diferenciar setores de trabalho com diferentes nÃveis de exigências e contribuir para a definição de prioridades de intervenção
para a preservação da saúde de trabalhadores industriais.
Background: Work conditions can overload a worker’s capabilities and result in health complaints. The early identification of hazardous
work conditions allows the definition of priorities for more efficient ergonomic interventions. Objectives: To assess the need for recovery
among industrial workers under different work conditions using the Need for Recovery Scale (NFR), and to verify the association
between the scores and personal factors, occupational factors and daily activities. Methods: 191 workers (mean age of 34.5±8.3
years) from a manufactory industry participated in this study. Workers answered both a questionnaire regarding demographic and
occupational factors, and daily activities as well as the NFR. Ergonomic assessment of workplace sectors was carried out based on the
Ergonomic Workplace Analysis. The Pearson chi-square test (significance level 5%) was used to verify the association between NFR
scores and the variables of interest. Results: The only association was between work sector and NFR score. According to the ergonomic
assessment, the work sector with the highest need for recovery also presented the worst environmental and organizational conditions.
Conclusions: The Need for Recovery Scale proved to be a helpful tool for differentiating work sectors presenting different workload
demands and contributed to the definition of intervention priorities for preserving worker health.