Sociedade pós-moderna, imagem corporal e deficiente visual: algumas considerações

Ano: 2009 | Volume: 0 | Número: 42

Autores: Fabiane Frota da Rocha Morgado, Maria Elisa Caputo Ferreira

Palavras-chave: Deficiente visual, Pós-modernidade, inclusão

Resumo Português:

Introdução: O corpo deficiente é frequentemente visto como insuficiente para fazer frente às exigências de eficiência e produtividade da atual sociedade, caracterizada como Pós-Moderna. Nesta, valoriza-se sobremaneira o corpo ideal, aquele belo, másculo, produtivo e perfeito. Dessa forma, a manifestação de uma deficiência pode alterar a imagem corporal do indivíduo. Objetivo: Refletir sobre as relações socioculturais diagnosticadas nos temas Sociedade Pós-Moderna, Imagem Corporal e Deficiente Visual, ilustrando conceitos da literatura específica, principalmente da Sociologia e Antropologia. Metodologia: Estudo Qualitativo com revisão de literatura. Resultado das reflexões originadas durante o curso da disciplina do Mestrado em Educação Física, "Corpo e Diversidade", oferecida pela Profª Drª Maria Elisa Caputo Ferreira, na Universidade Federal de Juiz de Fora, durante o primeiro semestre de 2008. Considerações Finais: Trouxemos para esta reflexão o caráter multidimensional da imagem corporal. Nesse contexto, Schilder (1999) e Tavares (2003) afirmam que o deficiente visual é capaz de formular sua imagem corporal através de outros estímulos, os quais não sejam os visuais. O movimento aparece como um facilitador do desenvolvimento da imagem corporal e o profissional de Educação Física como um possível mediador entre este e o cego. Ressaltamos que na medida em que o sujeito se reconheça e se aceite na sua diferença/deficiência, ele pode manter relações positivas e prazerosas com o seu corpo, preservando sua identidade, por conseguinte, possuir uma imagem corporal positiva, mesmo diante dos apelos de corpo ideal de nossa cultura.

Resumo Inglês:

Introduction: The disabled body is often seen as insufficient to meet the demands of efficiency and productivity of the current society, characterized as Postmodern. In this, the ideal body, that beautiful, manly, productive and perfect body is highly valued. Thus, the manifestation of a disability can change the individual's body image. Objective: To reflect on the sociocultural relations diagnosed in the Post-Modern Society, Body Image and Visually Impaired themes, illustrating concepts from specific literature, mainly from Sociology and Anthropology. Methodology: Qualitative study with literature review. Result of reflections originated during the course of the Master's course in Physical Education, "Body and Diversity", offered by Prof. Dr. Maria Elisa Caputo Ferreira, at the Federal University of Juiz de Fora, during the first semester of 2008. Final Considerations: We brought it to this reflection is the multidimensional character of the body image. In this context, Schilder (1999) and Tavares (2003) state that the visually impaired is able to formulate their body image through other stimuli, which are not visual. Movement appears as a facilitator of the development of body image and the Physical Education professional as a possible mediator between this and the blind. We emphasize that as the subject recognizes and accepts his/her difference/disability, he can maintain positive and pleasurable relationships with his body, preserving his identity, therefore, having a positive body image, even in the face of body appeals ideal of our culture.

Resumo Espanhol:

Introducción: El cuerpo discapacitado a menudo se considera insuficiente para satisfacer las demandas de eficiencia y productividad de la sociedad actual, caracterizada como posmoderna. En esto se valora mucho el cuerpo ideal, ese cuerpo bello, masculino, productivo y perfecto. Por tanto, la manifestación de una discapacidad puede cambiar la imagen corporal del individuo. Objetivo: Reflexionar sobre las relaciones socioculturales diagnosticadas en la sociedad posmoderna, temas de imagen corporal y discapacidad visual, ilustrando conceptos de literatura específica, principalmente de Sociología y Antropología. Metodología: Estudio cualitativo con revisión de la literatura. Resultado de las reflexiones originadas durante el curso de la Maestría en Educación Física, "Cuerpo y Diversidad", impartido por la Prof. Dra. María Elisa Caputo Ferreira, en la Universidad Federal de Juiz de Fora, durante el primer semestre de 2008. Consideraciones finales : Trajimos a esta reflexión el carácter multidimensional de la imagen corporal. En este contexto, Schilder (1999) y Tavares (2003) afirman que la persona con discapacidad visual es capaz de formular su imagen corporal a través de otros estímulos, que no son visuales. El movimiento aparece como facilitador del desarrollo de la imagen corporal y el profesional de Educación Física como posible mediador entre éste y el ciego. Destacamos que a medida que el sujeto reconoce y acepta su diferencia / discapacidad, puede mantener relaciones positivas y placenteras con su cuerpo, preservando su identidad, por lo tanto, teniendo una imagen corporal positiva, incluso frente a los atractivos corporales ideales de nuestra cultura.

Resumo Francês:

Introduction: Le corps handicapé est souvent considéré comme insuffisant pour répondre aux exigences d'efficacité et de productivité de la société d'aujourd'hui, qualifiée de post-moderne. En cela, le corps idéal est très apprécié, ce corps beau, masculin, productif et parfait. Ainsi, la manifestation d'un handicap peut modifier l'image corporelle de l'individu. Objectif: Réfléchir sur les relations socioculturelles diagnostiquées dans la société post-moderne, les thèmes de l'image corporelle et des malvoyants, en illustrant des concepts issus de la littérature spécifique, principalement de sociologie et d'anthropologie Méthodologie : Etude qualitative avec revue de la littérature. Résultat de réflexions nées pendant le cours de Master en Éducation Physique, "Corps et Diversité", offert par Prof. Dr. Maria Elisa Caputo Ferreira, à l'Université Fédérale de Juiz de Fora, au cours du premier semestre 2008. Considérations finales : Nous avons apporté à cette réflexion le caractère multidimensionnel de l'image corporelle. Dans ce contexte, Schilder (1999) et Tavares (2003) affirment que les malvoyants sont capables de formuler leur image corporelle à travers d'autres stimuli, qui ne sont pas visuels. Le mouvement apparaît comme un facilitateur du développement de l'image corporelle et le professionnel de l'éducation physique comme un éventuel médiateur entre celui-ci et l'aveugle. Nous soulignons qu'à mesure que le sujet reconnaît et accepte sa différence/son handicap, il peut entretenir des relations positives et agréables avec son corps, préservant ainsi son identité, donc ayant une image corporelle positive, même face aux attraits corporels idéaux de notre culture .