O presente artigo visa esboçar a trajetória histórica da Sociologia no Brasil, indicando o porquê esta é considerada uma ciência incômoda. O pressuposto central é tal incômodo reside no fato da Sociologia ter em seu núcleo a reflexividade e a criticidade que, são elementos cruciais no desenvolvimento de uma ação potencial, racional, fomentando assim, epistemologicamente um processo de desnaturalização e estranhamento dos fenômenos sociais, algo que em uma sociedade conservadora é visto como uma ameaça à manutenção da ordem e a vigência do ethos dominante. Além do exposto, buscar-se-á tecer considerações sobre a Sociologia na atual conjuntura, evidenciando que esta vivencia um período de ataques, e investidas que podem representar à iminência de mais um período de intermitência/ausência, o que demonstra que, pela frente há um futuro incerto, cheio de percalços e meandros.
This article aims to outline the historical trajectory of Sociology in Brazil, indicating why it is considered an uncomfortable science. The central assumption is that this discomfort lies in the fact that Sociology has reflexivity and criticality at its core, which are crucial elements in the development of a potential, rational action, thus promoting, epistemologically, a process of denaturalization and strangeness of social phenomena, something that in a conservative society it is seen as a threat to the maintenance of order and the dominant ethos. In addition to the above, we will seek to make considerations about Sociology at the current juncture, showing that it experiences a period of attacks, and attacks that may represent the imminence of another period of intermittency / absence, showing that there is a future ahead uncertain, full of mishaps and intricacies.
