Sofrimento e liberdade: aproximações a partir da teologia da aliança

Estudos De Religião

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Editor Chefe: Etienne Higuet
Início Publicação: 28/02/1985
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Teologia

Sofrimento e liberdade: aproximações a partir da teologia da aliança

Ano: 2012 | Volume: 26 | Número: 42
Autores: L. A. S. Rossi, M. L. Hammes
Autor Correspondente: L. A. S. Rossi | [email protected]

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O sofrimento humano – protagonizado por Jó – é o centro de um embate entre duas
teologias: a teologia da aliança, representada por Jó, e a antiteologia, representada por
seus amigos. A antiteologia justifica o sofrimento humano como consequência punitiva
de Deus diante da culpabilidade do indivíduo. Desloca Deus da história, distanciando-o
do povo, e coloca-o no céu, de onde rege o destino do ser humano, vigiando sua conduta
de justo e injusto, a partir da qual premia com riquezas e saúde ou castiga com doenças
ou pobreza. Esta doutrina retributiva responde à imagem de um Deus criado a serviço
do contexto religioso (templo) e político-econômico (domínio persa): dois responsáveis
pelo sofrimento do povo. Jó é persistente e não se resigna diante dos argumentos da
antiteologia. Ao contrário, não fala de Deus, mas para Deus. Defende que o sofrimento
é consequência das injustiças presentes na sociedade; injustiças de ordem socioeconômica,
política e religiosa. Nesse confronto de teologias, é nítida a percepção de que sempre
que a religião, com sua teologia, se apropria e distancia o rosto do Deus da aliança do
povo, ela legitima o pecado social como causa do sofrimento humano. Já a teologia está
a serviço da vida quando leva o ser humano a falar a Deus e a experiênciá-lo com o próximo,
presente e solidário. Persistência e resignação estão em confronto, procurando cada
qual fundamentar uma imagem de Deus: solidário e libertador versus distante e punidor.



Resumo Inglês:

Human suffering, characterized by Job, is the center of a clash between two Theologies:
the Covenant Theology which is represented by Job, and the anti-theology, represented
by Job’s friends. The Anti-theology justifies human suffering as the consequent punish-ment of God in face of the individual’s guilt. It displaces God in History, distancing
him from the people, and places him in Heaven, from where he rules the human beings’
destiny, watching over his fair or unfair behaviors, by which he rewards with wealth and
health or punishes with disease and poverty. This retributive doctrine responds to an
image of God created in the service of religious (temple) and economically political
(Persian rule) contexts: both responsible for the suffering of people. Job is persistent
and does not resign before the Anti-theological arguments. Rather, he does not speak
of God but to God. He claims that suffering is a consequence of present injustices in
society; injustices in the social, political, economical, and religious orders. In this clash
of Theologies, it is noticeable that whenever religion and its Theology turn the people
away from the eyes of the Covenant God, it legitimizes the social sin as the cause of
human suffering. Meanwhile, Theology is at the service of life when it takes the human
being to speak to God and experience him as being close, present, and supportive.
Persistence and patience are in conflict, each seeking to support an image of God: a
solidary and liberating God versus a distant and punishing one.



Resumo Espanhol:

El sufrimiento humano –protagonizado por Job– es el centro de un enfrentamiento
entre dos teologías: la teología de la alianza, representada por Job, y la antiteología representada
por sus amigos. La antiteología justifica el sufrimiento como consecuencia
punitiva de Dios frente a la culpabilidad individual. Desplaza a Dios de la historia, lo
distanciando del pueblo, y lo coloca en el cielo, de donde gobierna el destino de los seres
humanos, viendo su conducta de justo e injusto, de qué recompensa con riqueza y salud
o castiga con la enfermedad o la pobreza. Esta doctrina retributiva responde a la imagen
de un Dios creado por el servicio de contexto religioso (templo) y político económico
(Imperio persa): dos responsables por el sufrimiento del pueblo. Job es persistente y no
renuncia ante los argumentos de antiteología. Por el contrario, no habla de Dios, sino
a Dios. Sostiene que el sufrimiento es una consecuencia de la injusticia en la sociedad;
injusticias de orden socio-económica, política y religiosa. En esta confrontación de
teologías, es clara la percepción de que siempre la religión con su teología se apropia y
distancia el rostro de Dios de la Alianza con el pueblo, legitima el pecado social como
causa del sufrimiento humano. Ya, la teología está al servicio de la vida cuando toma
el ser humano para hablar a Dios y lo experimenta como próximo, presente y solidario.
Persistencia y resignación están en confrontación, procurando cada una justificar una
imagen de Dios: solidario y libertador versus distante y castigador.