A solidão da mulher negra discursivizada nas mídias digitais: discurso racista, memória e resistência

Línguas e Instrumentos Linguísticos

Endereço:
Rua Sérgio Buarque de Holanda - 421 - Cidade Universitária
Campinas / SP
13083-859
Site: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/lil
Telefone: (19) 3521-6729
ISSN: 2674-7375
Editor Chefe: Greciely Cristina da Costa
Início Publicação: 30/06/1998
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

A solidão da mulher negra discursivizada nas mídias digitais: discurso racista, memória e resistência

Ano: 2024 | Volume: 27 | Número: Não se aplica
Autores: M. M. S. Santana, G. R. de O. Cortes
Autor Correspondente: M. M. S. Santana | [email protected]

Palavras-chave: mulheres negras, discurso racista, memória discursiva, mídias digitais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A solidão da mulher negra tem suscitado vários debates nas redes sociais, no Brasil. Apesar de ser um tema novo para alguns, ele se trata de uma forma de racismo que se perpetua desde a escravidão, constituindo-se enquanto uma questão histórica ligada ao processo de hierarquização e marginalização sobre os corpos das mulheres negras brasileiras. Assim, a partir do aporte teórico-metodológico da Análise de Discurso (AD) fundada por Pêcheux, este trabalho visa analisar como a solidão da mulher negra é discursivizada nas mídias digitais. Busca ainda compreender como esse discurso é afetado pelas condições de produção/circulação dessas mídias; como a memória do discurso racista afeta o discurso sobre o corpo da mulher negra; como se dá o confronto discursivo nessa trama e como funciona a resistência em/na rede. O estudo contará ainda com contribuições das Ciências Sociais, que discutem racismo e machismo. Utilizamos o print screen (captura de tela) para coleta de materialidades postadas no Instagram e Youtube. Três Sequências Discursivas (SDs) constituem o corpus discursivo. Nos gestos de leitura, observamos o funcionamento de um jogo de forças e uma tensão discursiva entre a memória discursiva de hipersexualização e desumanização sobre esses corpos e os movimentos de contradiscursos e resistência ao discurso racista e machista na/em rede. Verificamos ainda que as mídias digitais podem se configurar como espaço para a circulação de sentidos silenciados ao longo dos anos.



Resumo Inglês:

The loneliness of black women has sparked several debates on social media in Brazil. Despite being a new topic for some, it is a form of racism that has been perpetuated since slavery, constituting a historical issue linked to the process of hierarchization and marginalization of the bodies of black Brazilian women. Thus, based on the theoretical-methodological contribution of Discourse Analysis (DA) founded by Pêcheux, this work aims to analyze how the loneliness of black women is discursivized in digital media. It also seeks to understand how this discourse is affected by the conditions of production/circulation of these media; how the memory of racist discourse affects the discourse about black women's bodies; how the discursive confrontation occurs in this plot; and how resistance works in/on the network. This research will also feature contributions from Social Sciences, which discuss racism and sexism. We use the print screen to collect material posted on Instagram and YouTube. Three Discursive Sequences (SDs) constitute the discursive corpus. In reading gestures, we observe the functioning of a game of forces and a discursive tension between the discursive memory of hypersexualization and dehumanization on these bodies and the movements of counter-discourse and resistance to racist and sexist discourse on/in the network. We also verified that digital media can be configured as a space for the circulation of meanings that have been silenced over the years.