O conceito de solidariedade povoa o inconsciente coletivo e é usualmente relacionado a algo consensual, ligado aos valores mais elementares do gênero humano. Porém, ampliar esse entendimento conduz-nos a visões mais complexas. Seria a solidariedade humana condicionada pela natureza biológica ou uma questão cultural que ultrapassa qualquer possÃvel determinismo biológico? Este estudo busca analisar o fenômeno da solidariedade e sua correlação com a vida em sociedade sob a perspectiva da complexidade, por meio de uma análise transversal, visando abarcar o fenômeno em questão sob diferentes olhares. Para tanto, recorreu-se à sociobiologia e a sua interpretação nas ciências sociais. Buscou-se, assim, renunciar à ideia ou ao projeto de solução definitiva e totalizadora, aproximando-se dos pressupostos do pensamento complexo, que se apoiam justamente na superação de um único princÃpio organizativo, ou de uma única causa, para a explicação do mesmo fenômeno. Percebeu-se, então, a necessidade de novas experiências societais, que possam obstaculizar o avanço do paradigma competitivo individualista como única alternativa, com destaque para as experiências de economia solidária e organizações do terceiro setor que apresentam uma nova lógica empresarial, uma terceira força social, entre o estado e o mercado.