A teoria dos stakeholders tem ocupado a agenda da teoria das organizações por mais de trinta anos e, ainda, pairam dúvidas acerca de sua aceitação como uma teoria pronta e acabada. Na Inglaterra, esta abordagem foi introduzida pelo Partido Trabalhista em 1997, com o objetivo de tornar a administração pública mais participativa convidando a sociedade a participar de seus processos decisórios. Este artigo tem como objetivo principal contribuir com a Teoria dos Stakeholders adicionando elementos descritivos à sua base teórica. Os dados da pesquisa foram obtidos através de investigação descritiva desenvolvida com governos locais ingleses e, certamente, poderão ser replicados em outras realidades. A coleta e a análise dos dados foram baseadas em um método denominado triangulação de dados, que envolveu estudos de caso, entrevistas de validação e análise de documentos. Como produto final da pesquisa, um modelo representativo da natureza dos relacionamentos entre os diversos stakeholders e a gestão deste tipo de organizações é proposto. Como resultado da análise dos dados, a pesquisa concluiu que a gestão de governos locais é, de fato, um processo onde os stakeholders devem ser considerados em função do poder que eles podem exercer sobre as operações destas na definição de seus objetivos, bem como dos interesses que os une.
The stakeholder theory has been in the management agenda for about thirty years and reservations about its acceptance as a comprehensive theory still remains. It was introduced as a managerial issue by the Labour Party in 1997 aiming to make public management more inclusive. This article aims to contribute to the stakeholder theory adding descriptive issues to its theoretical basis. The findings are derived from an inductive investigation carried out with English Local Authorities, which will most likely be reproduced in other contexts. Data collection and analysis is based on a data triangulation method that involves case-studies, interviews of validation and analysis of documents. The investigation proposes a model for representing the nature of the relationships between stakeholders and the decision-making process of such organizations. The decision-making of local government organizations is in fact a stakeholder-based process in which stakeholders are empowered to exert influences due to power over and interest in the organization's operations and outcomes.