O artigo analisa o debate entre as nascentes esquerdas e direitas chilenas nas suas relações com os dispositivos repressivos estatais inseridos no contexto da crise de dominação oligárquica e da renovação do Estado. Compartilhando as interpretações que questionam a tese da suposta democratização do país após a Constituição de 1925, este trabalho avalia a perspectiva das organizações operárias vinculadas ao marxismo e ao anarquismo, bem como as posições dos liberais e conservadores a respeito das mudanças que sofreu o aparelho estatal em matéria de direitos cidadãos e coerção. Partimos da hipótese de que o reconhecimento dos direitos sociais, econômicos e políticos das classes médias e operárias que possibilitou a democratização, sustentou-se na redefinição dos dispositivos coercitivos do Estado e influenciou na definição das organizações como de esquerda ou de direita.
This paper examines the debate between the emerging right- and left-wing parties in Chile in regard to the State’s repressive devices, within the context of the crisis of oligarchic domination and its subsequent redefinition of the State. Sharing those interpretations that contest the supposed democratization of the country as a result of the 1925 Constitution, the article assesses the stance adopted by the working-class organizations linked to Marxist and anarchist positions, as well as by liberals and conservatives, in relation to the changes undergone by the State apparatus in the fields of civil rights and coercion. Our hypothesis is that the recognition of social, economic and political rights for the middle and working classes, which paved the way towards a more effective democracy, stood upon the redefinition of the State’s coercive devices, influencing the definition of Right and Left.
El artículo analiza el debate entre las nacientes izquierdas y derechas chilenas respecto de los dispositivos coercitivos estatales, en el marco de la crisis de dominación oligárquica y la redefinición del Estado. Siguiendo las interpretaciones que cuestionan la tesis democratizadora del país, a partir de la Constitución de 1925, este trabajo evalúa la posición de las orgánicas de trabajadores, ligados al marxismo y al anarquismo, como de liberales y conservadores, respecto de los cambios que sufrió el aparato estatal en materia de derechos ciudadanos y de coerción. Nuestra hipótesis es que el reconocimiento de derechos sociales, económicos y políticos a clases medias y obreros, que abrió paso a la democratización, estuvo sostenido en la redefinición de los dispositivos coercitivos del Estado, influyendo en la definición de izquierdas y derechas.
