Surdez: da suspeita ao encaminhamento

Revista Paulista De Pediatria

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ISSN: 1030582
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Surdez: da suspeita ao encaminhamento

Ano: 2012 | Volume: 30 | Número: 2
Autores: A. B. Silva, M.C. Pereira, M.L. Zanolli
Autor Correspondente: A. B. Silva | [email protected]

Palavras-chave: surdez, diagnóstico, mães, pediatria

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Investigar a vivência das mães entre a suspeita,
o diagnóstico de surdez e o encaminhamento para habilitação,
bem como a percepção delas a respeito da forma como foi
dado e explicado o diagnóstico.
Métodos: Estudo qualitativo com dez mães ouvintes com filhos
surdos que frequentavam atendimento especializado em Centro
de Estudos e Pesquisas em Reabilitação, no estado de São Paulo,
há pelo menos dois anos. Realizou-se entrevista semiestruturada
com as mães e foi feita análise da fala das participantes, buscando
compreender o sentido que as mães deram à sua comunicação.
Resultados: Apesar do diagnóstico de seis crianças ter
sido feito antes de um ano de idade e, considerando-se os
múltiplos sentimentos das mães frente à surdez de seus filhos,
observou-se que, em alguns casos, o diagnóstico poderia ter
ocorrido antes se a fala das mães fosse valorizada. Percebeu-se
dificuldade de “escuta” dos profissionais da saúde em relação
às dúvidas, queixas e questionamentos das mães. Constatou-se
que, em alguns casos, mesmo quando ocorreu a triagem
auditiva neonatal ou o diagnóstico oportuno, retardou-se
o atendimento à criança porque não foram feitos encaminhamentos
adequados para locais que trabalham na área da
surdez. No momento do diagnóstico, a forma como foi comunicada
a surdez à família necessitaria levar em consideração
as condições sociais, culturais e emocionais das mães.
Conclusões: Ressalta-se a importância da qualificação
e atenção dos profissionais de saúde, para possibilitar o
diagnóstico precoce, o apoio aos pais e o encaminhamento e
seguimento adequados para os casos de surdez.



Resumo Inglês:

Objective: To investigate the experiences of mothers
concerning the suspicion of deafness, the diagnosis and the
referral to rehabilitation, as well as their perception about
how the diagnosis was presented and explained.
Methods: Qualitative study with ten hearing mothers
of deaf children who attended specialized treatment at São
Paulo State, Brazil, for at least two years. A semi-structured
interview with the mothers was performed and data were
analyzed by examining of participants speeches, seeking to
understand the meaning that mothers attributed to their
own words.
Results: Although the diagnosis of six children was
done before 12 months of age and considering mothers’
multiple feelings on facing the deafness of their children,
earlier diagnosis would have been possible if maternal
observations have been given adequate value. Health
professionals showed some difficulties in “listening”
mothers’ doubts, complaints and inquiries. In some cases,
even when the diagnosis of deafness was appropriate by
newborn hearing screening or clinical tools, children’s
treatment was delayed because referrals for specialized
centers were inadequate. At the moment of communicating
the problem, social, cultural and emotional needs of
the mothers were not considered.
Conclusions: The qualification and attention of health
professionals is important to enable the early diagnosis of
deafness, allowing appropriate support for the family and
patients’ referral and follow-up.



Resumo Espanhol:

Objetivo: Investigar la vivencia de las madres entre la
sospecha, el diagnóstico de sordera y el encaminamiento para
habilitación, así como la percepción de ellas respecto a la forma
como se dio y explicó el diagnóstico.
Métodos: Estudio cualitativo con diez madres oyentes
con hijos sordos que frecuentaban atención especializada en
Centro de Estudios e Investigaciones en Rehabilitación, en la
provincia de São Paulo, hace como mínimo dos años. Se realizó
entrevista semiestructurada con las madres y se hizo análisis
del habla de las participantes, buscando comprender el sentido
que las madres dieron a su comunicación.
Resultados: A pesar del diagnóstico de seis niños haber sido
realizado antes de un año de edad y teniendo en cuenta los múltiples
sentimientos de las madres frente a la sordera de los hijos, se observó
que en algunos casos el diagnóstico podría haber ocurrido antes si
el habla de las madres fuera valorada. Se percibió la dificultad de
«escucha» de los profesionales de la salud respecto a las dudas, quejas
y cuestionamientos de las madres. Se constató que, en algunos
casos, aun cuando tuvo lugar la selección auditiva neonatal o el
diagnóstico oportuno, se retardó la atención al niño porque no se
hicieron encaminamientos adecuados para locales que trabajan en
el área de la sordera. En el momento del diagnóstico, la forma como
se comunicó la sordera a la familia necesitaría tener en cuenta las
condiciones sociales, culturales y emocionales de las madres.
Conclusiones: Se subraya la importancia de la cualificación
y atención de los profesionales de salud, para hacer posible el
diagnóstico temprano, el apoyo a los padres y el encaminamiento
y seguimiento adecuados para los casos de sordera.