A complexidade do ambiente organizacional e dos novos desafios dos mercados, conduzem a exploração intensiva e consequente degradação dos recursos naturais, daí que o monitoramento dos agroecossistemas é indispensável para o desenvolvimento das unidades de produção. Nessa conjuntura, o trabalho objetivou avaliar a sustentabilidade do agroecossistema de Nhocuene, Gaza, Moçambique. O estudo foi conduzido através de entrevista dirigida aos produtores e analisado com base nas técnicas de conteúdo. Avaliouse 23 indicadores de dimensão ecológico e socioeconômico, onde os resultados mostraram instabilidade do agroecossistema justificado pelos níveis baixos de sustentabilidade nas dimensões (i) ecológica: produtividade (4), intensidade de uso da área (3), matéria orgânica com origem na propriedade (4), variação da produtividade (4), área com cultivo orgânico (0), diversidade de técnicas alternativas (3) e perda de colheita (3); (ii) económica: controle económica dos preços dos produtos (3), controle financeiro das atividades desenvolvidas (0), forma de apresentação dos produtos nos mercados (1), destino do produto produzido (3) e dificuldade de acesso a crédito rural (3) e (iii) social: pessoas ocupadas por ha (2), satisfação com atividade desenvolvida (4), grau de escolaridade (4), participação em cursos de agricultura (0), organizações e associações (0) e satisfação com assistência técnica pública, (4). As potencialidades do agroecossistema ficaram evidenciadas nas boas médias encontradas na disponibilidade de água e áreas com erosão, 10 (na dimensão ecológica), diversidade produtiva para o consumo da família, 9, e resistência à estiagem, 10, (na dimensão econômica) e estado de saúde dos produtores, 10, (na dimensão social) Com base nos resultados notou-se que a formação académica dos profissionais que atuam na assistência técnica em Nhocuene, deve contemplar a realidade tão diversificada dos agricultores familiares.
The complexity of the organizational environment and the new market challenges lead to intensive exploitation and consequent degradation of natural resources, which is why the monitoring of agroecosystems is indispensable for the development of production units. At this juncture, the work aimed to evaluate the sustainability of the agroecosystem in Nhocuene, Gaza, Mozambique. The study was carried out through an interview addressed to producers and analyzed based on content techniques. Twenty-three ecological and socioeconomic dimension indicators were evaluated, where the results showed instability of the agroecosystem justified by the low levels of sustainability in the dimensions (i) ecological: productivity (4), intensity of use of the area (3), organic matter from the property (4), variation in productivity (4), area with organic cultivation (0), diversity of alternative techniques (3) and loss of harvest (3); (ii) economic: economic control of product prices (3), financial control of activities developed (0), form of presentation of products in markets (1), destination of product produced (3) and difficulty of access to rural credit (3) and (iii) social: people occupied by ha (2), satisfaction with activity developed (4), level of education (4), participation in agricultural courses (0), organizations and associations (0) and satisfaction with public technical assistance, (4). The potential of the agroecosystem was evidenced in the good averages found in the availability of water and areas with erosion, 10 (in the ecological dimension), productive diversity for family consumption, 9, and resistance to drought, 10, (in the economic dimension) and state of health of producers, 10, (in the social dimension) Based on the results, it was noted that the academic training of professionals working in technical assistance in Nhocuene must take into account the very diverse reality of family farmers.