No filme TÁR, o diretor Todd Field vale-se do universo da música orquestral como pano de fundo para refletir sobre as diversas estruturas de poder. Inversamente, o objetivo deste artigo é utilizar o filme para discutir os bastidores das relações políticas vinculadas à função de regente de orques-tra. Assim, no decorrer deste texto, alguns momentos do filme serão analisados e confrontados com acontecimentos histó-ricos envolvendo personalidades reais do contexto da música de concerto. A inten-ção é considerar como a função de regente foi transformada, passando da postura au-tocrática para uma conduta colaborativa. A literatura técnica da área de regência será objeto de comparações. A fundamentação das reflexões sobre poder e política se dará em escritos de Norberto Bobbio e Hannah Arendt. Em conclusão, observa-se que, não obstante à desejada modificação no com-portamento do regente preconizada na literatura, no Brasil, as relações de poder entre políticos e regentes permanecem praticamente inalteradas.
In his film TÁR, the director Todd Field uses the universe of classical music as a background to reflect on the several structures of power. Inversely, the aim of this article is to use the film to discuss the backstage of the political relations linked to the role of orchestra conductor. Thus, throughout this text, some moments of the film will be analyzed and confronted with historical events involving real personal-ities from the context of classical music. The intention is to consider how the role of conductor was transformed, moving from an autocratic posture to a collaborative conduct. The technical literature from the area of conducting will be used for com-parisons. Some writings of Norberto Bob-bio and Hannah Arendt are used to ground the reflections on power and politics. As conclusion, it is observed that, despite the desired change in the conductor’s behav-ior advocated in the literature, in Brazil, the power relations between politicians and conductors remain practically unchanged.