O
objetivo do artigo é demonstrar como o tai chi chuan, arte marcial chinesa voltada para o cultivo da energia interior (chi), pode ser compreendida como uma metáfora psíquica alquímica de unificação da dualidade a partir da replicação ritualística da cosmogonia chinesa implícita na técnica,proporcionando a reconexão do praticante com seu self. No Brasil é cada vez mais nítido o interesse pelo pensamento e a filosofia oriental expressado pelo fomento da prática no âmbito das políticas públicas de saúde e que decorre de uma preocupação em escala mundial com valores de cunho cada vez mais humanitários, ecológicos, anímicos, que paulatinamente insinuam-se em meio ao modus vivendi materialista. O tema foi desenvolvido a partir da revisão bibliográfica baseada principalmente nos conceitos da psicologia analítica de C.G. Jung e da noção de sagrado de M. Eliade. Conclui-se que o tai chi chuan é uma arte marcial que traz em seu bojo uma metáfora alquímica capaz de proporcionar o surgimento de um espaço psíquico e sagrado interno no praticante ocidental a partir da repetição dos movimentos, da vivência de sua circularidade e simbologia, reproduzindo o pensamento místico cosmogônico chinês de retorno ao seu princípio fundamental unificador de todas as coisas (Taiji).
The aim of the paper is to demonstrate how tai chi chuan, chinese martial art focused on the cultivation of internal energy (chi), can be understood as a metaphor for psychic alchemical unification of duality from the ritualistic replication of chinese cosmogony implied in technique, providing reconnection the practitioner with his self. In Brazil it is increasingly clear the interest in thought and Eastern philosophy expressed by fostering practice within public health policies and that stems from a concern on a global scale with values imprint increasingly humanitarian, ecological, psychic, who gradually insinuate themselves amidst the modus vivendi materialistic. The theme was developed from the literature review mainly based on the concepts of analytical psychology of C.G. Jung and the sacred notion of M. Eliade. It is concluded that tai chi chuan is a martial art that brings with it an alchemical metaphor able to provide the creation of an internal psychic and sacred space in the Western practitioner from the repetition of movements, the experience of its circularity and symbology, reproducing the mystical chinese cosmogonic thought back to the fundamental unifying principle of all things (Taiji).