Este texto pretende narrar uma experiência singular de ensino de literatura: a prática da escritura criativa. Um tipo de ensino que talvez se distinga das outras modalidades acadêmicas de ensino de literatura, no sentido de que, ao invés de falar sobre a literatura, o estudante vai fazer literatura. Essa experiência, ou essas experiências, têm-se realizado nos últimos dez anos, numa disciplina chamada Laboratório de Criação Literária. O relato aqui apresentado não tem um feitio propriamente acadêmico, metodológico, demonstrativo. Antes, procura rememorar, de forma precária não obstante, como qualquer tentativa de registro da memória com palavras, alguns dos momentos que marcaram esses experimentos, plenos de emoção e paixão. Entremeados ao texto, podem-se ver as reproduções de algumas capas dos livros que foram publicados em cada edição do Laboratório, bem como alguns exemplos da criatividade dos alunos, em textos curtos como o hai-kai, o epigrama, o microconto, e pequenos poemas. O presente depoimento pretende, de alguma maneira, registrar, ainda que precariamente, uma experiência que foi profundamente marcante para muitos alunos, tanto de Letras quanto de áreas afins, como a Filosofia, a História, o Cinema e as Artes.