Tecendo tramas acerca de uma infância sem racismo

Em Pauta

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ISSN: 2238-3786
Editor Chefe: Carla Cristina Lima de Almeida
Início Publicação: 31/10/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Serviço social

Tecendo tramas acerca de uma infância sem racismo

Ano: 2020 | Volume: 18 | Número: 45
Autores: Marcia Campos Eurico
Autor Correspondente: Marcia Campos Eurico | [email protected]

Palavras-chave: infância negra; racismo; branquitude; raça/etnia; black childhood; racismo; whiteness; race/ethnicity.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo propõe uma reflexão sobre os impactos do racismo no cotidiano das crianças negras, que têm sua infância marcada pela miséria e pela violência do Estado capitalista. Ao avançar no debate e apresentar a intersecção entre classe social, os papeis de gênero e a questão étnico-racial no processo de reprodução das relações sociais assimétricas no Brasil, é possível identificar como as expressões do patriarcado e do conservadorismo se conectam com o racismo para justificar também a desigualdade social que atinge a infância e reduz as possibilidades de transformação da realidade deste grupo geracional. E, por fim, ocorre a problematização em relação ao lugar marginal do debate sobre relações étnico-raciais e os privilégios da branquitude na área do Serviço Social, bem como sobre o modo como isso destoa do projeto ético-político profissional orientado pela defesa intransigente dos direitos humanos.



Resumo Inglês:

This article proposes a reflection on the impacts of racism on the daily lives of black children, whose childhood is marked by the misery and violence of the capitalist state. By advancing the debate and presenting the intersection between social class, gender roles, and the ethnicracial question in the process of reproducing asymmetric social relations in Brazil, it is possible to identify how the expressions of patriarchy and conservatism connect with racism to also justify the social inequality that reaches childhood and reduces the possibilities of transformation of the reality of this generational group. Finally, there is the problematization regarding the marginal place of the debate on ethnic-racial relations and the privileges of whiteness in the field of social work, as well as on how this disagrees with the professional ethical-political project oriented by the uncompromising defense of human rights.