O presente ensaio tem por objetivo discutir a adoção da Educação a Distância (EaD) na Educação Básica, efetivada por diferentes redes de ensino no Brasil em tempos de pandemia causada pela COVID-19. Especificamente, intenciona problematizar em que medida tal contexto sociotécnico e educativo constitui um rebaixamento da formação humana integral enquanto projeto político-pedagógico, bem como da própria EaD enquanto modalidade educativa, a um conjunto de relações instrumentais tecnologicamente mediatizadas. Para tanto, serão efetivadas análises em torno dos conceitos de técnica, tecnologia, neutralidade da tecnologia e racionalidade tecnológica, tal como propostos no pensamento filosófico de Herbert Marcuse - autor ligado a Teoria Crítica da Sociedade. Tendo por base estes conceitos e demais discussões do campo pedagógico, será analisado o caso de adoção da EaD e seus suportes tecnológicos na Educação Básica pela Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo, na condição de estratégia para a reposição de aulas regulares presenciais no contexto pandêmico.