As tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são, atualmente, um dos maiores facilitadores na
inserção de surdos nas Instituições de Ensino Superior (GEDIEL; SOARES; OLIVEIRA, 2016). Porém,
construir essas tecnologias permanece um desafio enfrentado pelos profissionais envolvidos nessa
tarefa. A unidade de ensino à distância de uma Instituição de Ensino Superior na Zona da Mata Mineira
criou um novo conceito de aula visando a ensejar o ensino-aprendizagem de um surdo estudante de
ciências exatas, denominada aula sinalizada. O percurso metodológico da construção dessa nova
ferramenta foi através de referencial teórico, grupos de estudos e visitas técnicas. O processo de
construção desse material consiste em cinco fases. Na primeira, o professor disponibiliza o roteiro e
outros materiais da disciplina para a equipe. Na segunda, é construída a glosa (FERREIRA BRITO, 1995)
baseada no material. Na terceira, os surdos e intérpretes revisam a glosa e oferecem soluções aos
problemas identificados. Na quarta fase, a equipe produz um audioguia e inicia as gravações das aulas
sinalizadas. Na quinta e última fase, o material é finalizado e é disponibilizado ao aluno. A construção da
aula sinalizada foi um grande desafio para a metodologia de ensino para surdos, pois, como ficou
evidenciado, trata-se de um método que, apesar de eficaz, mobiliza vários agentes. O desenvolvimento
desses materiais, além de proporcionar ao surdo uma real aprendizagem do conteúdo, proporciona
também uma maior proximidade e integração ao cotidiano universitário.