O artigo é uma tentativa de abordar a questão da Amazônia sob uma perspectiva que vai além dos binarismos analíticos branco/ não branco, europeu/ não europeu, desenvolvimento/sustentabilidade; cidade/campo, dominação/resistência, entre outros, construída a partir de uma crítica às reflexões da Formação Socioeconômica e Cultural da Amazônia, que coloca em segundo plano o ser na Amazônia. Opta-se pela perspectiva hermenêutica gadameriana e do ensaio “A origem da obra de Arte” de Heidegger (2012) para analisar a tela “A Conquista do Amazonas” (ACA). Parte-se da análise decolonial da tela, por meio do conceito “novo dualismo”, em que se problematiza a “raça” no intuito de transcendê-la e ontologicamente recolocar o ser no centro da análise. Conclui-se que é necessário subverter a ordem das discussões e reflexões, ou seja, não indagar por que a Amazônia e sua população são dominadas e exploradas, mas sim quem é o ser da Amazônia.