Este artigo reflete sobre a recepção internacional ao livro Prisões da miséria como reveladora da expansão
penal nas sociedades avançadas na década de 2000. Ele revela que a tempestade global da “lei e ordemâ€
inspirada pelos Estados Unidos, que o livro detectou em 1999, continuou a espalhar-se por toda a parte.
Na verdade, ela estendeu-se dos paÃses do Primeiro Mundo para os do Segundo Mundo e alterou a polÃtica
e as práticas de punição em todo o globo de uma forma que ninguém previa e que ninguém teria pensado
como possÃvel há cerca de 15 anos. O artigo estende a análise para o papel dos institutos de consultoria
(em especial o Manhattan Institute) na difusão das noções de combate ao crime e das panacéias no estilo
estadunidense na América Latina como um elemento da circulação internacional dos pacotes de polÃtica
pró-mercado que alimentam a gerência punitiva da pobreza. O artigo elabora e revê o modelo original do
nexo entre neoliberalismo e penalidade punitiva, levando a análise da montagem do Estado na era da
insegurança social, desenvolvida no livro Punindo os pobres.