Este artigo analisa a percepção do alto executivo no Brasil quanto à distribuição dos seus tempos de trabalho e de não-trabalho e o impacto disso na sua vida. No referencial teórico, discutem-se algumas abordagens sobre esse complexo conceito, que é o tempo, e sua centralidade nas organizações, bem como os estudos dedicados aos tempos de (não-) trabalho do executivo, ressaltando-se a necessidade do lazer, uma dimensão esquecida nos estudos organizacionais. A pesquisa quantitativa foi realizada por meio de survey com 965 executivos (presidentes, vice-presidentes/diretores e gerentes de 3º nÃvel) de 344 grandes empresas que atuam no Brasil. A pesquisa mostra o perfil dominante do alto executivo brasileiro como masculino, casado, com filhos e chegando mais rápido ao topo da hierarquia. Os resultados mostram que o executivo subestima o impacto das novas tecnologias como extensoras de sua já muito longa jornada de trabalho. A pesquisa indica também a insatisfação dos executivos com o desequilÃbrio na distribuição do seu tempo, com o predomÃnio da carreira em detrimento da vida pessoal (vida afetiva, e ainda mais do lazer). Embora sejam os principais responsáveis pela condução das empresas, os executivos, dos quais mais da metade estão vivendo mudanças radicais em suas organizações, sentem-se com pouca governabilidade para alterar esse quadro.
This article examines the perception of the high executive in Brazil on the distribution of their time working and non-working and the impact of this in their lives. In the theoretical framework ativiis
discussed some approaches on this complex concept that is the time and its centrality in organizations, like the devotion to studies of (non) working time of the executive, stressing the necessity of leisure, a forgotten dimension in organizational studies. The quantitative research was conducted through survey with 965 executives (presidents, vice-presidents/directors and 3rd level managers) of 344 large companies that operate in Brazil. The research shows the dominant profile of the Brazilian high executive as male, married, with children and coming soon to the top of the hierarchy. Results show that the executive underestimates the impact of new technologies as an extensor of their already long day of work. The research also indicates the executives´ dissatisfaction with the imbalance in the distribution of its time, with the predominance of career at the expense of personal life (love life, and most of it in leisure). Although they are the responsible for leading the companies, the executives find hard to change this framework, where more than half is experiencing radical changes in their
organizations.