O espaço físico constitui um elemento fundamental da existência e da condição humana, ele referência nossas ações e nos permite organizar e compreender a realidade. Ele não surge como um "oposto" — isto é, não existem seres humanos e espaço. Nesse sentido, se toda atividade humana se manifesta em um contexto específico, dentro de coordenadas espaciais precisas, ele se aplica à experiência da educação escolar. Toda práxis pedagógica, todo trabalho educativo, é um acontecimento situado. Nos processos educacionais formais, o espaço escolar não é um elemento trivial, neutro ou asséptico, desprovido de conteúdo e imaginário pedagógico. Pelo contrário, é um ecossistema sociocomunicativo com implicações didáticas; uma linguagem silenciosa e uma forma tácita de ensino que circunscreve os elementos do currículo. Sua natureza certamente revela questões técnicas e curriculares, mas também paradigmas e sensibilidades educacionais específicas (dialeticamente construídas ao longo da história e do pensamento educacional). O desenho e a configuração do espaço escolar transmitem uma imagem particular da ideologia pedagógica. Em outras palavras, delimita uma forma institucional, técnica e simbólica específica de compreender a educação, a organização escolar, a didática e o papel dos professores e alunos.