Este artigo procura demonstrar que a reestruturação produtiva, isto é, a modernização tecnológica e organizacional das empresas, e as condições econômicas mundiais determinadas pelo processo de intensificação da internacionalização dos mercados prescrevem a negociação permanente como nova orientação política dos sindicatos para a defesa dos interesses dos trabalhadores, seja empresa por empresa, por setor ou articulada entre governo x sindicato x empresários. De combativos no século passado, os sindicatos tendem a adotar a estratégia da negociação direta permanente, procurando evitar a greve e, sobretudo e fundamentalmente, evitar demissões com a apresentação de reivindicações que inviabilizem a competitividade de suas empresas provocando o seu deslocamento para outras regiões, estados ou países. São negociações que visam principalmente a manutenção dos empregos, como comprovam a adesão dos metalúrgicos das grandes montadoras de automóveis ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) em setembro de 2015 e a aprovação da revisão do acordo coletivo celebrado em 2014 em troca de estabilidade no emprego em 2016, como será demonstrado ao longo deste artigo. Assiste-se, assim, à uma verdadeira revolução na regulamentação das relações de trabalho, pois que o negociado tende a se sobrepor ao legislado sempre que a manutenção dos empregos estiver ameaçada.
This article seeks to demonstrate that productive restructuring, ie technological and organizational modernization of enterprises, and global economic conditions determined by the market globalization process prescribe permanent negotiation, company by company, by sector, either articulated between government x trade unions x entrepreneurs as a new political orientation of trade unions to defend worker´s interests. Combatives in the past century, trade unions tend to adopt the strategy of continuing direct negotiations to avoid strike and, specially, to avoid demissions with the presentation of claims that impede the competitiveness of their enterprises causing displacement to other regions, states or countries.There are negotiations aimed at mainly the maintenance of jobs, as the steelworkers membership of the large automobile companies to the Employment Protection Program (EPP) in September 2015 and the approval of the revision of the collective agreement concluded in 2014 in exchange for job stability in 2016, as will be demonstrated throughout this article. There is, thus, to a real revolution of labour relations, that the negotiated tends to overlap the legislated whenever the maintenance of jobs are threatened.