O objetivo deste trabalho foi verificar como a imprensa organiza a argumentação entre diferentes posições-sujeito materializadas no discurso sobre o movimento estudantil. Para tanto, foram analisadas sequências discursivas extraídas de matérias jornalísticas – publicadas na editoria de educação do jornal Folha de São Paulo – sobre as ocupações de escolas realizadas pelos estudantes secundaristas paulistas em 2015. No corpus foram identificadas duas designações diferentes e opostas: invasão e ocupação, que indicam o tensionamento discursivo em torno do movimento secundarista e, num sentido lato, como as manifestações da questão social são abordadas. Constatou-se que a designação invasão, que remete à posição-sujeito do governo estadual, apoiase no direito à posse/administração do estabelecimento educacional, enquanto a designação ocupação, que remete à posição-sujeito dos estudantes secundaristas, apoia-se no direito ao ensino público.
The objective of this work was to verify how the press organizes the argument between different subject positions materialized in the discourse about the student movement. To do so, we analyzed discursive sequences extracted from journalistic material - published in the education editor of the newspaper Folha de São Paulo - on the occupations of schools carried out by high school students in São Paulo in 2015. In the corpus two different and opposing designations were identified: invasion and occupation, which indicate the discursive tensioning around the secondary movement and, in a broad sense, how the manifestations of the social question are approached. It was found that the name invasion, which refers to the subject position of the state government, relies on the right to possession / administration of the educational establishment, while the designation occupation, which refers to the subject position of the secondary students, relies on the right to public education.