Eis uma contribuição que jamais poderia ser solicitada pelos editores de uma revista católica se vivêssemos ainda nos tempos que antecederam a realização do ConcÃlio Ecumênico do Vaticano II. Em anos pré-conciliares, falar em “Teologia†de religiões não-cristãs soaria quase como blasfêmia, uma espécie de escândalo para ouvidos pios. Tratando-se de negros, pior ainda. Os negros de Ãfrica entraram no Brasil e na América Latina já reduzidos ao cativeiro. Foram vendidos nos mercados do Recife, da Bahia, do Rio e de Minas como mercadorias, peças de Guiné, peças de Angola, como se dizia então. Entre as “mercadorias†e seus compradores criou-se uma relação de dependência senhor x escravo. O comprador é dono, a mercadoria é posse.