O artigo aborda a teoria de Brentano sobre a consciência (como uma propriedade de fenômenos mentais) exposta em sua Psicologia, teoria que implica uma recusa da existência de fenômenos mentais inconscientes. Após uma exposição dos tipos de fenômenos intencionais, concebidos como diferentes tipos de representações que contém em si objetos, é discutida a estrutura dos fenômenos conscientes, concebida em termos de uma fusão de representações, fusão que faz com que todos os fenômenos mentais (supostamente) possuam a propriedade de serem conscientes. Porém, a recusa de que existam fenômenos mentais inconscientes não se sustenta, pois o próprio Brentano admite que a existência de representações de objetos desacompanhada de uma representação (secundária) correspondente é concebível. Além disso, suas objeções aos argumentos a favor da existência de fenômenos inconscientes (o argumento das causas inconscientes, o argumento dos efeitos inconscientes e o argumento da relação funcional) se mostram frágeis.
The article addresses the theory of consciousness proposed by Brentano in his Psychology. After an exposition about the concept of intentionality and the types of intentional phenomena, his view on the structure of mental phenomena – constituted by (a) presentations and (b) objects – is discussed. After that, the structure of conscious phenomena, which, according to Brentano, ensures that all mental phenomena are conscious is discussed as well. However, it is questionable that his arguments are successful, since he himself concedes that the existence of presentations of objects not accompanied by corresponding (secondary) presentations is conceivable. Moreover, his objections to the arguments for the existence of unconscious phenomena (the argument of unconscious causes, the argument of unconscious effects and the argument of the functional relation) turn out to be weak.