A teoria dos impulsos de Schiller

Revista Eros

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ISSN: 2357-8246
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 30/06/2013
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Filosofia

A teoria dos impulsos de Schiller

Ano: 2020 | Volume: 2 | Número: Não se aplica
Autores: E. F. DIAS
Autor Correspondente: E. F. DIAS | [email protected]

Palavras-chave: Forma. Vida. Lúdico. Impulsos. Estética.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esta comunicação visa propor uma pesquisa a respeito da conceituação dos impulsos oferecida por Schiller em sua obra A educação estética do homem, conhecida também como Cartas estéticas, tendo como método a explicação (comentário) de texto. Schiller identifica uma dualidade no homem que seria dada pelo impulso sensível e o impulso formal: ambos são independentes um do outro, possuem características próprias, princípios próprios e uma aparente autonomia. O impulso sensível diz respeito à existência física do homem e tem como principal tarefa submetê-lo às limitações do tempo na vida física. Por ser matéria e realidade ou, em outras palavras, vida, esse impulso é voltado para a multiplicidade, cuja natureza é a constante modificação (devir). Já o impulso formal diz respeito à existência absoluta do homem, sua natureza racional. Ele busca o necessário, a unidade, a permanência, opondo-se assim a toda multiplicidade e mudança no tempo. Ele busca, por sua natureza, a imutabilidade em contraposição a toda alternância temporal. Nota-se que ambos os impulsos são opostos; porém, tal oposição não implica em dizer que um deva ser subordinado ao outro. O impulso sensível exige modificação, mas isso não significa que queira a transgressão da unidade do impulso formal; o impulso formal visa a unidade e permanência, mas isso não significa que pretenda fixar o impulso sensível e toda a sua modificação. Ora, a subordinação não seria viável para a teoria estética, uma vez que ela geraria apenas uniformidade, fazendo com que os impulsos se anulassem em função um do outro. Schiller julga ser necessário um novo impulso pelo qual o sensível e o formal – vida e forma – sejam apaziguados sem perder aquilo que lhe é específico, ou seja, devem agir de forma recíproca. Esse novo impulso deve ser oposto aos anteriores, a fim de não dar preferência a nenhum deles: trata-se do lúdico. O impulso lúdico é o que une os anteriores, fazendo com que aqueles dois ajam conjuntamente. Visto que o impulso sensível quer a modificação, e o formal, a identidade; o papel do impulso lúdico seria estabelecer uma relação entre ambos. Como impulso sensível limita a liberdade, enquanto que o formal limita a vida, de modo que ambos os impulsos se autolimitam (o sensível por leis morais e o formal por leis físicas), conclui-se que, nesse conflito, o impulso lúdico deve harmonizar necessidades físicas e morais ao mesmo tempo. Quando os impulsos sensível e formal se harmonizam no impulso lúdico, a beleza é gerada, uma vez que ela não é produto somente forma ou da vida, mas da própria forma-viva.