Este artigo analisa os desdobramentos teórico/práticos do movimento feminista no Brasil, evidenciando que as desigualdades de gênero ainda são constantes, especialmente em momentos de fragilidade democrática. A partir de então, apresenta o Liberalismo Democrático-Igualitário como teoria de justiça feminista para o Brasil do século XXI. Tal proposta teórica está assentada nos fundamentos da multidimensionalidade, do igualitarismo, do cosmopolitismo e da democracia participativa, aliando elementos da teoria social participativa de Nancy Fraser, com o liberalismo igualitário das capacidades de Martha Nussbaum. Aliando à teoria das capacidades o potencial emancipatório e democrático da contrapublicidade fraseriana, busca constituir-se em um referencial político capaz de superar o déficit de empoderamento feminino na sociedade brasileira, superando as fragilidades dos feminismos do final do século XX, e recuperando o potencial crítico e emancipatório da filosofia feminista, tornando-a capaz de enfrentar o avanço do conservadorismo, do evangelicalismo político e do individualismo neoliberal.
This article analyzes the theoretical / practical developments of the feminist movement in Brazil, showing that gender inequalities are still constant, especially in times of democratic fragility. From then on, he presents Equal-Democratic Liberalism as a feminist theory of justice for 21st century Brazil. This theoretical proposal is based on the foundations of multidimensionality, egalitarianism, cosmopolitanism and participatory democracy, combining elements of Nancy Fraser's participatory social theory with the egalitarian liberalism of Martha Nussbaum's capabilities. Combining the emancipatory and democratic potential of Fraserian counter-publicity with capacity theory, it seeks to constitute a political framework capable of overcoming the deficit of female empowerment in Brazilian society, overcoming the weaknesses of feminisms of the late twentieth century, and recovering the critical potential. and emancipatory of feminist philosophy, making it capable of facing the advance of conservatism, political evangelicalism and neoliberal individualism.