Este artigo é resultado de uma pesquisa empírica no Colégio Estadual Indígena Cacique Gregório Kaeckchot situado na Terra Indígena Ivaí, no Paraná, cuja população, de cerca de 1600 pessoas, é falante da língua kaingang como L1, tem como objetivo entender como as crianças indígenas se apropriam da linguagem escrita, cujo processo inicial de escolarização é feito em língua portuguesa L2. Entendemos que a concepção Histórico-Cultural pode contribuir, mais adequadamente, nos processos de ensino e aprendizagem das crianças indígenas no início da escolarização, nesse sentido o texto que segue tem como fundamento teórico os pressupostos da Teoria Histórico-Cultural (THC), para a qual a linguagem escrita é constituída socialmente nas interações humanas sendo, então, elemento fundamental na aprendizagem e desenvolvimento da criança. Organizamos o texto em dois momentos. O primeiro refere-se aos conceitos da THC e na sequência a apropriação da linguagem escrita com as crianças Kaingang durante o processo de escolarização.