Utilizando como referência de leitura e de investigação as idéias propostas por Bruno Latour,
essa pesquisa tem como objetivo principal observar as porosidades entre religião/espiritualidade e
terapêutica que dão o substrato argumentativo e conflitivo, e/ou dilemático, a respeito da relação
entre a psicologia e as terapias alternativas. Este é o grande foco. O “alternativo†muda de status
quando é submetido ao crivo da ciência, mas antes disso, ele já vem sendo amplamente utilizado
pela sociedade, o que já não o faz tão “alternativo†assim. Há um movimento de “abertura†e de
“fechamento†que torna as terapêuticas não legitimadas processualmente reconhecidas, como no
caso da própria psicologia. Essa relação, ao ser sustentada pela adesão de muitos psicólogos a
“outras terapias†vem convocando os Conselhos Federal e Regionais de Psicologia, no sentido de
que se defina uma polÃtica reguladora mais consistente ou mais flexÃvel. Para problematizar essa
questão, investigo o psicólogo em ação, a partir da utilização de entrevistas, onde tenho como
intuito perseguir as redes que se formam na sua prática, expressas a partir dos seus relatos. A
proposta é a de realizar uma “etnografia da fala†sobre a prática psicoterapêutica. Além disso,
desenvolvo um capÃtulo, em especial, a respeito do processo de institucionalização da acupuntura
no Brasil e de sua inserção no meio psi.
Using as a reading and investigation frame of reference the ideas proposed by Bruno Latour, this
research aims primarily at observing the porosity between religion/spirituality and therapeutics
that confers argumentative and conflicting and/or dilemma-like underpinnings on the relationship
between psychology and alternative therapies. This is the major focus. The “alternative†changes
status when submitted to the scrutiny of science. But before that, it has already been widely
employed by society, which renders it not so “alternative†anymore. There is a movement I call
“opening†and “closing†that attributes to not yet legitimated therapies the quality of being
recognized in process, as in the case of psychology itself. This relationship, as many
psychologists enforce it by adhering to “other therapiesâ€, has been urging the Federal and several
Regional Psychology Councils to define a regulating policy which is either more consistent or
more flexible. In order to ponder over this issue, I investigate the psychologist in action,
deploying interviews that allow me to pursue the networks that his/her counseling creates,
manifest in their reports. The proposal is to arrive at a so-called “ethnography of speech†about
psychotherapeutic counseling. Besides, I bring a chapter which deals especially with the process
of institutionalization of acupunture in Brazil, and with its insertion in the ‘psy-domain’.