O Ministério da Saúde tem recomendado a ampliação da testagem de HIV para a atenção primária. Este artigo buscou compreender como ocorre a oferta e pedido de teste HIV, na atenção primária, a partir da perspectiva de profissionais de saúde de Fortaleza. Buscou-se analisar se há espaço para diálogo entre profissionais de saúde e usuários, tendo como perspectiva teórica a prática do acolhimento. Foram realizadas duas entrevistas com gestores e oito entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde de Fortaleza e análise temática dos conteúdos. Segundo os entrevistados, há condições relacionadas à organização do trabalho que dificultam o atendimento e até impossibilitam a realização de aconselhamento durante o pedido de teste de HIV, além do estigma associado historicamente ao HIV. Os pedidos de teste anti-HIV são realizados rotineiramente quando relacionados aos programas de tuberculose, pré-natal e nos casos de DST. Em caso de recusa no pré-natal, os profissionais precisam se confrontar com dilemas morais entre informações técnicas e valores ético-políticos. Fora dos programas mencionados, há dificuldade de os profissionais oferecerem o teste pelo estigma associado ao HIV. Destacaram-se ações de educação em saúde criativas, voltadas para prática da prevenção às DST/aids, que favoreceram a formação de vínculo entre profissional de saúde e usuário e demanda pelo teste de HIV. Nesse sentido, o incentivo para ações criativas e a formação continuada dos profissionais de saúde mostra-se importante para lidar com as limitações encontradas.
Brazilian Ministry of Health has currently recommended the expansion of HIV testing for Primary Health Care. This research aims to analyze HIV testing and counseling, from the professionals’ point of view. two We describe how the decision for testing happens, the subjects prioritized and affections emerging. Semi-structured interviews were conducted with two managers and eight health professionals from Fortaleza, Brazil. Thematic content analysis was performed. According to the professionals, provider-initiated HIV testing is performed routinely, related to tuberculosis programs, prenatal care and STD cases. When pregnant women refuse HIV testing, professionals must be confronted with moral dilemmas between technical and ethical-political values. Besides health programs, provider-initiated HIV testing are rare, because of stigma associated with HIV. Standardized questionnaires and discussion groups about sexuality may encourages HIV testing for populations discovered by routine offering. We recommend, for improving HIV testing and counseling, the incentive to creative actions, supervision and continued education.