Este artigo examina os recentes apelos para a uma maior utilização de ficção como fonte para a História do Esporte. Influenciados por ideias pós-modernistas e por uma apreciação da natureza mediada de grande parte do esporte, historiadores como Jeff Hill sugerem que a ficção seria uma "força social" que moldava como as pessoas compreendiam o mundo ao seu redor. De forma semelhante, Jonathan Rose clamou por uma história dos leitores, não apenas dos textos. Este artigo explora tais ideias através do exemplo de um romance sobre boxe, de 1953. Argumenta-se que, apesar do poder de persuasão das ideias pós-modernas, colocá-las em prática é muito difÃcil. Romances são fontes inestimáveis para a História do Esporte, que tanto refletem como contribuem para o contexto em que são produzidos. No entanto, provar tais afirmações é problemático, especialmente ao lidar com obras de ficção esportiva há muito tempo esquecidas. Ainda assim, um estudo da recepção e da influência de romances pode mostrar que o pós-modernismo não deve ser descartado como uma postura abstrata ou como um sinal do fim da História, mas como um apelo para reivindicações mais sutis e modestas sobre o que podemos conhecer do passado.