A ausência de sucessores na agricultura familiar tende a gerar incertezas não apenas no que confere a continuidade das famÃlias e das atividades produtivas, mas também sobre as comunidades rurais, as quais gradativamente perdem sua população e passam a sentir os reflexos dessa mudança sobre suas dinâmicas sociais. Diante disso, o objetivo desse artigo é analisar quais fatores influenciam a tomada de decisão de jovens filhos de agricultores familiares a não suceder a atividade familiar na Região Sul do Brasil, segundo estudos realizados nas duas últimas décadas. Os principais fatores identificados são dificuldade em obtenção de terra, ausência de incentivo por parte dos pais, comparação entre urbano e rural, penosidade das atividades agrÃcolas, desigualdade de gênero, busca por estudo e expectativa profissional. O afastamento dos filhos das atividades é uma consequência direta da ausência de participação na tomada de decisões e na administração dos negócios, não os preparando para administrar o estabelecimento e não os estimulando a ver a vida no meio rural como viável.