Este artigo apresenta uma análise diacrônica para a sintaxe dos sujeitos em português através da comparação de três construções diferentes – ativas, passivas e construções com SE – relacionando a mudança na posição dos sujeitos à perda de V2. Na gramática V2, na qual a posição pré-verbal está associada a elementos topicalizados, e sujeitos não topicalizados permanecem na posição pós-verbal, encontramos os mesmos padrões de ordem nas construções com SE, nas ativas e nas passivas; na gramática (X)SVO, na qual a posição do sujeito está associada a uma posição pré-verbal e os elementos topicalizados ocupam a periferia à esquerda da sentença, as construções ativas e passivas apresentam um aumento significativo no percentual de sujeitos pré-verbais, ao passo que as construções com SE permanecem estáveis com relação à ordem. Interpretamos esse resultado como evidência para analisar o argumento interno das construções com SE como sendo um complemento e não um sujeito.
This paper presents a diachronic account of the syntax of subjects in Portuguese by comparing three different constructions – active, canonical passives and SE-constructions – relating the change in the position of subjects to the loss of V2. In the V2 grammar, in which the pre-verbal position is associated with fronted elements, and non-fronted subjects remain in post-verbal position, we see the same patterns of word order in SE-constructions as in active and canonical passive sentences; in the (X)SVO grammar, in which the subject is associated with the preverbal position and the fronted elements occupy the left periphery of the clause, active and canonical passives show a significant increase of pre-verbal subjects, whereas SE-constructions remain alike with respect to word order. We interpret this result as evidence for analyzing the internal argument of SE-constructions as a complement rather than a subject.