Trânsitos e negociações indígenas no Espírito Santo a partir da Independência: os Botocudos entre as florestas e os aldeamentos

Revista Ágora

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ISSN: 1980-0096
Editor Chefe: Adriana Pereira Campos e Kátia Sausen da Motta
Início Publicação: 01/01/2005
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: História

Trânsitos e negociações indígenas no Espírito Santo a partir da Independência: os Botocudos entre as florestas e os aldeamentos

Ano: 2022 | Volume: 33 | Número: 1
Autores: F. A. Marinato
Autor Correspondente: F. A. Marinato | [email protected]

Palavras-chave: Ìndios botocudos, colonização, resistência, protagonismo indígena

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No século XIX, os Botocudos foram alvo do contato contínuo com os luso-brasileiros para a colonização da região do rio Doce, com ações que variaram da violência às tentativas de pacificação e aldeamento, a partir da Independência. Neste artigo, analisamos um conjunto de documentos formado pelas correspondências dos militares e diretores dos índios nas décadas de 1820-1830 no Espírito Santo, que revelam o protagonismo e a resistência indígena não apenas de forma ofensiva, mas utilizando os recursos oferecidos pelos colonizadores e empreendendo um constante trânsito do espaço do “sertão” (as florestas) aos enclaves coloniais, formados pelos quarteis, aldeamentos e povoados. A análise nos permitiu identificar diversos grupos Botocudos e a variação de suas denominações, algumas rivalidades internas, o domínio do território e a consciência indígena da colonização em processo.



Resumo Inglês:

In the 19th century, the Botocudos, a group of Brazilian natives, were the target of the continuous contact with Portuguese-Brazilian colonizers interested in the colonization of the Rio Doce (Doce River) region, with actions that ranged from violent attacks to the attempts of pacification and settlement, from Brazilian Independence. In this article, we analyze a set of documents formed by military and native’s directors correspondences written during the dacades of 1820-1830 in Espírito Santo, that documents reveal the impetuous indigenous resistance, not just in a offensive way, but using the resources offered by the colonizers and undertaking a constant transit among the space of the “sertão” (the forests) to the colonizing enclaves formed by barracks, villages and settlements. This analysis allowed us to identify the different Botocudos groups and their self-denominations, their internal rivalries, the domain of the territory and the indigenous awareness of the colonization in the process.