Este trabalho tem o objetivo de problematizar a questão da autoria feminina no cinema tendo como objeto os paratextos audiovisuais, mais especificamente documentários making of. A autoria desponta no estudo não como lugar privilegiado do gênio criador, mas como manifestação discursiva, de modo que a busca pelos seus traços tem o intuito de desvelar seu funcionamento bem como os processos de criação da nova trilogia de Star Wars. O artigo articula as tensões entre a teoria feminista do cinema e os estudos sobre autoria, encontrando na função-autor um modo de operação discursiva que revela possíveis aberturas no âmbito do sistema cinematográfico hollywoodiano. A estratégia metodológica empreende uma análise narrativa e discursiva do documentário making of Secrets of the force awakens: a cinematic journey¸ lançado em 2016, e de entrevistas para a crítica especializada estadunidense, a fim de compreender a configuração autoral de Star Wars nessa nova etapa. Identificamos que o espaço da produção ocupado pela cineasta Kathleen Kennedy constitui um lugar de criação e de gestão de equipes, cujos traços delineiam um movimento de inserção de figuras femininas nos processos criativos e autorais da franquia, seja no nível dos discursos seja das narrativas.
This work aims to problematize the issue of female authorship in cinema, having as its object audiovisual paratexts, more specifically making of documentaries. Authorship emerges in this study, not as the privileged place of the creative genius, but as a discursive manifestation, so that the search for its traces aims to unveil its functioning as well as the processes of creation in the new Star Wars trilogy. The article articulates the tensions between feminist film theory and studies on authorship, finding in the author-function a mode of discursive operation that reveals possible breakthrough within the Hollywood cinematographic system. The methodological strategy involves a narrative and discursive analysis of the making of documentary Secrets of the force Awakens: a cinematic journey, released in 2016, and interviews for the specialized American critics, in order to understand the authorial configuration of Star Wars in this new stage. We identified that the production space occupied by filmmaker Kathleen Kennedy constitutes a creative place as well as a management team, whose features outline a movement towards the insertion of female figures in the creative and authorial processes of the franchise, whether at the level of discourses or narratives.
