O objetivo deste artigo é discutir a relação entre os trabalhadores e o acesso à educação em Ilhéus e Itabuna nas décadas de 1920 e 1930. Mesmo diante da precariedade da instrução pública, a educação esteve entrelaçada num projeto de formar mão de obra para atender às demandas do desenvolvimento econômico do sul da Bahia. Para tanto, vários debates sobre o ensino profissionalizante foram travados nas páginas da imprensa no sentido de prover a região de força de trabalho sintonizada com os anseios dos comerciantes e dos fazendeiros. Todavia, diante da negligência dos poderes políticos, foram as organizações operárias que proporcionaram o direito à educação, erguendo uma rede de ensino popular que beneficiou trabalhadores pobres e seus filhos. Como fonte, utilizamos os periódicos de Ilhéus e de Itabuna, livros escritos por intelectuais sobre educação e documentos oficiais das agremiações proletárias.