Esse artigo traz reflexões sobre a temática da intensificação do trabalho docente e adoecimento, as quais compõem as investigações que resultaram na dissertação “Atribuições dos professores-pesquisadores da Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí: trabalho docente ou doente?” defendida no primeiro semestre de 2018, que teve como objetivo investigar se, e como, o contexto de precarização e pressão que recai sobre a profissão docente interfere na saúde de professores-pesquisadores. Contudo, nas reflexões aqui desenvolvidas, parte-se da tese inicialmente discutida por Marx de que o trabalho humano foi convertido em mercadoria, situação que se articula à alienação do trabalhador na relação com o produto de sua atividade e ao processo de produção da vida. Assim, a ideia principal é discutir se as atividades realizadas por professores-pesquisadores se encontram dentro do escopo do trabalho alienado, considerando que, frequentemente, esses docentes extrapolam a carga horária de trabalho e não se desvencilham da intensidade das atividades a que estão submetidos, afinal é por meio de suas pesquisas, produções e publicações que competem por melhores financiamentos para novas pesquisas. Dessa forma, a pergunta central que acompanha o texto a seguir é: ao submeter sua força de trabalho à lógica da intensificação e precarização próprias do modo de produção vigente e, muitas vezes, não se reconhecer mais na sua atividade-fim, o professor-pesquisador estaria realizando seu trabalho de forma alienada e, como desdobramento, adoecedora?
This article brings reflections on the theme of intensification of teaching work and illness, which comprise the investigations that resulted in the dissertation "Attributions of teachersresearchers at the Federal University of Goiás/Regional Jataí: teaching work or ill labor?" defended in the first semester of 2018, which aimed to investigate whether, and how, the context of precariousness and pressure that surrounds the teaching career interferes in the health of teachers-researchers. However, in the reflections developed here, we start from the thesis initially discussed by Marx that human labor has been converted into merchandise, a situation that is linked to the alienation of the worker in relation to the product of the own activity and to the process of production of life. Thus, the main idea is to discuss whether the activities carried out by teachers-researchers are within the scope of the alienated work, considering that, often, these teachers go beyond the workload and do not disentangle themselves from the intensity of the activities to which they are submitted, after all, it is through their research, productions and publications that they compete for better financing for new researches. Thus, the central question that accompanies the following text is: by submitting the own workforce to the logic of intensification and precariousness typical of the current mode of production and, often, not recognizing themselves in the own core activity, would teachers-researchers be carrying out their work in an alienated form and, as a result, getting sick due that?
Esta investigación trae reflexiones sobre el tema de la intensificación del trabajo docente y la enfermedad, reflexiones que hacen parte de las investigaciones que culminaron en la disertación “Atribuciones de los profesores-investigadores de la Universidad Federal de Goiás/Regional Jataí: ¿docencia o trabajo enfermo?” que se defendió en el primer semestre de 2018, cuyo objetivo fue investigar si y cómo el contexto de precariedad y presión que recae sobre la profesión docente interfiere en la salud de los docentes-investigadores. Sin embargo, en las reflexiones aquí desarrolladas partimos de la tesis inicialmente discutida por Marx de que el trabajo humano se convirtió en mercancía, situación que está ligada a la alienación del trabajador en relación al producto de su actividad y al proceso de producción de la vida. Así, la idea principal es discutir si las actividades que realizan los docentes-investigadores están dentro de la finalidad del trabajo alienado, considerando que, muchas veces, estos docentes van más allá de la carga de trabajo y no se desenredan de la intensidad de las actividades a las que están sometidos, pues, es a través de sus investigaciones, producciones y publicaciones que compiten por una mejor financiación para nuevas investigaciones. Así, la pregunta central que acompaña al siguiente texto es: al someter su fuerza de trabajo a la lógica de intensificación y precariedad propias del modo de producción actual y, muchas veces, sin reconocerse en su actividad central, ¿estaría el docente-investigador realizando su trabajo de forma alienada y, por tanto, de modo a quedarse enfermo?