Evidencia os interesses dos organismos multilaterais na interface trabalho e educação por trás da retórica de combate e eliminação da pobreza. A metodologia utilizada foi um levantamento documental das produções e relatórios dos organismos multilaterais compreendidos enquanto desdobramento da Conferência Mundial sobre Educação Para Todos (1990), assim como, a revisão bibliográfica de autores que debatem a temática. Verifica-se nos documentos a análise da relação entre trabalho e educação sob a égide do combate e eliminação da pobreza e, a educação assume, assim, um caráter salvacionista. A orientação das reformas educacionais se dá em face da dinâmica do capital prover as necessidades básicas de aprendizagem, competências, habilidades e qualificações necessárias para o desenvolvimento econômico e social, na busca de uma suposta equidade social. Ancorada no binômio pobreza-segurança, a veemência da política-ideológica e de seu direcionamento de reformas estruturais nas políticas educacionais está na pretensão de combater a pobreza por propiciar clima desfavorável aos negócios. Nessa perspectiva, a educação colabora na sustentação do controle político da burguesia mundial sobre os processos educativos direcionados para reestruturação produtiva na divisão internacional do trabalho. O trabalho permite concluir que a interface “educação e trabalho” nesta perspectiva, assume um caráter pragmático e unidimensional para formação de recursos humanos – o chamado Capital Humano.
It highlights the interests of multilateral organizations in the interface work and education behind the rhetoric of combat and eliminating poverty. The methodology used was a documentary survey of the productions and reports of multilateral bodies comprised understood as an unfolding of the World Conference on Education for All (1990), as well as the bibliographic review of authors who discuss the thematic. It is verified in the documents the analysis of the relationship between work and education under the aegis of combat and elimination of poverty and, education assumes, thus, a salvationist character. The orientation of educational reforms occurs in the face of the dynamics of capital to provide basic learning, needs skills and competences and necessary qualifications for economic and social development in the pursuit of a supposed social equity. Anchored in the binomial of poverty-security, the vehemence of the political-ideological and its direction of structural reforms in the educational policies is in the pretense of combating poverty by providing unfavorable business climate. In this perspective, education collaborates in sustaining the political control of the world bourgeoisie about the educational processes directed towards productive restructuring in the international division of labor. The work allows to conclude that the interface "education and work" in this perspective, assumes a pragmatic character and human resources formation –the so-called human Capital.