A partir da década de 1990, ajustes estruturais, somados a choques conjunturais na economia brasileira expõe um cenário de novas acomodações no mercado de trabalho onde é crescente a difusão de ocupações precárias e por conta própria, na esteira da maior informalidade, seja em esfera nacional, seja no contexto de economia locais. Nesse cenário, a disseminação do serviço de mototáxi constitui alternativa de transporte com custo mais acessível, onde também estão presentes novos desafios frente à privatização de serviços públicos essenciais, à complexidade das redes urbanas e à fata de incentivos para transportes urbanos não motorizados. Ainda, a atividade se consolidada como opção para ocupação de mão de obra em situação informal, especialmente em municípios interioranos, com opções de trabalho menos diversificadas e fiscalização e regulamentação menos rigorosas. O objetivo desse trabalho é analisar as condições de trabalho de mototaxistas no município do Crato-CE, com destaque à sua exposição aos riscos durante o período de ocorrência da Covid-19. Os resultados apontam para múltiplos aspectos da precarização do serviço de mototáxi no município, especialmente relativos à segurança no mercado de trabalho, renda, exposição a riscos e acidentes, de representação, entre outros, acrescidos do contágio pela Covid-19 e diminuição de rendimentos no período pandêmico.