Este artigo busca apreender como se estabelecem as relações entre os gêneros em uma versão do romance da donzela-guerreira, presente no Romanceiro Sergipano. Dão Varão, nome que a romanceira dá à sua versão, foi coligida de Dona Maria dos Anjos, em Aracaju em 1974, por Jackson da Silva Lima. O artigo busca demonstrar como o travestismo, presente nessa versão, revela o processo de subalternização do gênero feminino. Assim, são discutidos o contexto diegético da personagem feminina e o contexto moderno da narradora-enunciadora do romance. Comparece na abordagem também o motivo do amor diabólico (mefistofélico), em que se vê enredado o personagem masculino, em sua relação com a donzela-guerreira. A abordagem recorre, entre outros, aos autores Georges Duby, Walnice N. Galvão e Gayatri C. Spivak.