DAPesquisa

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ISSN: 1808-3129
Editor Chefe: Monique Vandresen
Início Publicação: 01/01/2006
Periodicidade: Diário
Área de Estudo: Artes

Tradição estética e tradução intersemiótica — seria Homero o primeiro cineasta?

Ano: 2012 | Volume: 7 | Número: 9
Autores: Celina Figueiredo Lage
Autor Correspondente: Celina Figueiredo Lage | [email protected]

Palavras-chave: artes visuais, tradução intersemiótica, arte ocidental, literatura, tradução

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata da tradição estética ocidental e da tradução intersemiótica sob a luz de novas teorizações sobre a tradução, como as de Benjamin, Valéry, Eliot e Campos. O ato tradutório é entendido como um processo mais amplo de relacionamento entre as obras, conferindo-lhe uma dimensão autônoma, crítica e criativa. A tradição estética ocidental não é entendida como uma via de mão única, onde as obras do passado são traduzidas pelas obras posteriores, mas que, na medida em que pressupõe intercruzamentos, promove um diálogo ativo, que torna possível as obras do passado influenciarem as obras do presente e vice-versa. Ela deve ser vista como um processo constante de traduções, onde a tradução não deve ser compreendida nos moldes das teorias tradicionais, mas a partir da problematização das categorias de original e cópia. A história da recepção da Odisséia homérica no terreno das artes visuais, a saber, no âmbito das artes plásticas e do cinema, é paradigmática, pois permite-nos vislumbrar uma série de leituras e de olhares lançados sobre o poema, que modificam e enriquecem nossa percepção tanto das obras do passado, quanto das obras do presente.



Resumo Inglês:

This article deals with the Western aesthetic tradition and intersemiotic translation in light of new theories such as Benjamin, Valery, Eliot and Campos. The act of
translation is understood as a process of broader relationship between the works. The Western aesthetic tradition should not be understood as a one-way street,
where the works of the past are translated by later works, but, as it assumes intercrosses, it promotes an active dialogue, which makes possible the works of
the past influence the works of the present and vice versa. It should be seen as a constant process of translation, where the translation is not to be understood in
the mold of the traditional theories, but from the questioning of the categories of original and copy. The history of the reception of the Homeric Odyssey in the field
of visual arts is paradigmatic, because it allows us to glimpse a series of readings and glances cast upon the poem, which modify and enrich our understanding of
both the works of the past, as the contemporary works.