Considerando que os estudos de tradução têm conhecido, nas últimas décadas, um desenvolvimento notável, sendo objeto de estudo tanto de especialistas em LinguÃstica quanto de estudiosos da Literatura (CARVALHAL, 2003), parece-nos que a tradução é percebida como uma atividade marcada por uma posição problemática, numa espécie de “entre-lugar†discursivo. Henri Meschonnic (MESCHONNIC, 1999), referindo-se a Walter Benjamin, diz que este “concebe a tradução como um entre-as-lÃnguas†(MESCHONNIC, p. 196). Em nossa comunicação, vamos tentar articular algumas reflexões dos seguintes teóricos e tradutores sobre a atividade tradutória e sua teorização: Jean-René Ladmiral, que no artigo intitulado “Épistémologie de la traduction†(LADMIRAL, 2003), chama a atenção para a clivagem entre “práticos†e “teóricos†da tradução e distingue quatro tipos de tradutologia (tradutologia prescritiva ou normativa, descritiva, produtiva e indutiva ou cientÃfica), Antoine Berman, que no ensaio A tradução e a letra (BERMAN, 2007), examina “o sistema de deformações dos textos – da letra – que opera em toda tradução, e impede-lhe de atingir seu verdadeiro objetivo†(p. 45), além do já citado Henri Meschonnic, que analisa algumas traduções de textos literários em Poétique du traduire (MESCHONNIC, 1999).