Roman Jakobson definiu três tipos de tradução, sendo um deles a tradução intersemiótica: uma “transposição criativa (...), de um sistema de signos para outro, por exemplo, da arte verbal para a música, a dança, o cinema ou a pintura” (JAKOBSON, 1976, p.71). Tal forma de tradução está presente no cinema desde sua gênese: o clássico Viagem à Lua (1902) é uma adaptação dos romances Da Terra à Lua, de Júlio Verne (1865), e Os primeiros homens da Lua (1901), de H.G. Wells. Esse dialógo permanece forte nos dias de hoje: quatro das dez maiores bilheterias mundiais são traduções intersemióticas. Considerando-se esta importância cultural das traduções intersemióticas, este trabalho busca traçar uma análise comparativa entre a narrativa literária da novela História da sua vida, de Ted Chiang (2016) e o filme A chegada (2016), de Denis Villeneuve, considerando os elementos apresentados dentro das duas narrativas distintas (literária e audiovisual) e fazendo um contraste entre ambos, a fim de comparar e analisar quais dos elementos presentes na obra literária estão também na cinematográfica, quais não, e quais as possíveis justificativas para a utilização (ou não) de tais elementos, além de analisar quais os efeitos destas alterações no resultado final da obra cinematográfica.